Nesse sentido, a frase → A saudade é o azar de quem já teve sorte expressa uma reflexão filosófica sobre a natureza efêmera das experiências felizes e a crueldade de sua ausência. Quem já teve sorte, seja na forma de amor, amizade, conquistas ou momentos de felicidade, conhece a intensidade do sentimento de perda, pois a sorte que um dia lhes sorriu se transforma em saudade quando esses momentos desaparecem ou se distanciam de nossa realidade.
A vantagem de ter tido sorte, portanto, torna-se também sua maldição, pois a lembrança de tempos melhores acarreta uma dor silenciosa que só quem já experimentou a felicidade plena consegue compreender verdadeiramente.
A saudade é o azar de quem já teve sorte
A saudade, assim, não é apenas uma nostalgia passageira, mas uma marca indelével de que a sorte, por mais duradoura que pareça, é sempre transitória e vulnerável, às intempéries do tempo e das circunstâncias.
Quem vive a experiência de ter tido sorte sabe que, ao perdê-la ou vê-la se esvair, uma parte de si se encolhe, como se a felicidade tivesse sido uma recompensa temporária, uma dádiva que não veio para ficar.
E essa perda, ao invés de apagar o que foi vivido, reforça a ideia de que a sorte é uma bênção que, por sua própria natureza, é efêmera, deixando para trás apenas a saudade, aquele sentimento de que o que tivemos foi precioso demais para ser completamente esquecido, mas que, ao mesmo tempo, é incapaz de ser recuperado.
A saudade se torna o azar de quem já teve sorte, pois revela a vulnerabilidade da felicidade e a inevitável saudade que acompanha a sua ausência, lembrando-nos de que o mais valioso muitas vezes é aquilo que, por sua própria essência, é destinado a desaparecer.